sexta-feira, 30 de outubro de 2009

[epílogo em forma de introdução]

A criatividade não tira do nada: tira de tudo!
Nesta primeira edição do workshop, pensei pôr na mesa um conjunto de aspectos heterogéneos, escolhidos de uma paleta enorme de possibilidades. Assim, partimos, por vezes, de aspectos mais específicos, outras vezes alojámo-nos em questões mais abrangentes ou até banais. Entre um esboço à vista e um esquema apontado, entre uma palavra saída do dicionário e uma frase tirada do bolso, entre trocas, olhares, gestos... dialogámos através do óbvio, do estranho, do previsível, do imprevisto.Terá sido tudo isto importante? Insignificante? Dispensável? Indispensável? Talvez um pouco de tudo: sentimos sempre na pele a marca deste harmónio, deste “tudo-nada” que nos põe a mexer e nos traz sensíveis ao útil e ao inútil. Pretendi, acima de tudo, que nos mantivéssemos disponíveis para fazer juz à grande disponibilidade com que a escrita e o desenho se nos oferecem. O desenho e a escrita desenvolvem-se entre a dificuldade e a facilidade, entre o prazer e a dor, entre a frustração e o entusiasmo, entre o importante e o irrelevante, entre o aproveitar e o deitar fora, entre a extensão da procura e a intensidade do encontro... O entusiasmo de quem se juntou nestas sessões fixou-se numa erva aromática, entregue aos cuidados do alfobre da Reitoria. Semear é significar: signi-ficaremos a partir de agora nos sentidos que construímos. Foi muito fácil gostar de vos ter conhecido mas é sempre difícil gostar de despedidas.

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