sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Para reflectir...

Caros(as) "blogueiros(as)" e colegas(os) de workshop,
Estava a ler o recomendável livro "A vontade de representação", do Professor Bernardo Pinto de Almeida, editado pelo Campo das Letras em 2008, e encontrei lá uma citação de Novalis que me parece particularmente pertinente, se tivermos em conta os campos explorados no nosso workshop (também ele recomendável, diga-se de passagem), e por isso a decidi publicar neste espaço, que vou caracterizar como... recomendável, para que possamos reflectir sobre ela. Diz o seguinte:
"What is visible may contain the invisible; what is audible, the inaudible; what is palpable the impalpable. Perhaps also what is thinkable may contain the unthinkable",
Novalis

2 comentários:

  1. Eu também diria:

    What is invisible may contain the visible; what is inaudible, the audible; what is impalpable the palpable. Perhaps also what is unthinkable may contain the thinkable.

    Quando dois conjuntos se auto-contêm, os dois conjuntos coincidem, portanto

    What is visible is also invisible; what is audible also inaudible; what is palpable impalpable, what is thinkable is also unthinkable.

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  2. Mais o dizível e o inefável…
    Pondo a questão sobre a banca de trabalho:
    A linguagem (linguística e outros sistemas) escava, semeia… o jogo do dizer, do mostrar, trazem consigo a dimensão “meta” da linguagem… a procura de palavras pelo utilizador da língua torna-o (numa espécie de linguista, pelo menos, conhecedor das hipóteses…) capaz de lidar com o indefinido, o impreciso, o ausente… em suma, como condição necessária à
    Assim, também o desenho como meta-desenho… desenhar é determinar, delimitar, (con)figurar, desenhar é tornar visível, encontrar hipóteses gráficas para… desde a mimese à “hipotetigrafia”, a discussão dá “pano para mangas laváveis em rios de tinta”…
    Um dos conceitos fulcrais e transversais no desenho é a dupla “enfatismo-exclusão”, que coloca a própria condição do fazer (do uso da linguagem) no excesso e no defeito - deliberados ou não… podemos entre o muito que se lhe diga, pensar que aqui residem causas pelas quais o desenho tem, apesar da panóplia tecnológica disponível, um lugar de eleição na representação científica (“em detrimento” até da fotografia, por exemplo)…
    … ocorre-me também o conceito de “reserva” afecto ao desenho (por importação terminológica, naturalmente), no sentido oficinal ou no fazer mas também na deriva conceptual contemporânea, como uma espécie de sonda no jogo de im-ex-plicitação, da presença-ausência, da manutenção do estado em potência, etc.

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